O que Eduardo fazia nos EUA durante ato com Bolsonaro na Paulista



Deputado federal licenciado, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) participou neste fim de semana de uma conferência conservadora nos Estados Unidos dedicada a latino-americanos. No mesmo dia em que os bolsonaristas foram à Avenida Paulista, o filho 03 do ex-presidente Jair Bolsonaro estava no congresso que ocorreu em Miami, na Flórida.


Foto colorida de Eduardo Bolsonaro durante discurso no CPAC

O evento é um braço regional da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), que anualmente faz um congresso maior em Washington. Neste ano, a conferência teve palestras do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do presidente argentino, Javier Milei. No ano passado, o CPAC teve uma versão brasileira que ocorreu em Balneário Camboriú (SC).

Em entrevista a um canal de televisão declarado como conservador, o brasileiro fez uma prévia da sua fala no CPAC Latino. O discurso, alinhado com as falas na Avenida Paulista, falou em perseguição do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra Jair Bolsonaro (PL).

"Nós vamos falar aqui sobre a perseguição por um ministro da Suprema Corte do Brasil, chamado Alexandre de Moraes", disse o parlamentar ao Newsmax TV.

"O que a Suprema Corte está fazendo sob liderança de Alexandre de Moraes é a criação de um novo modelo de censura, que eles vão exportar para o mundo todo. Então, estamos aqui para denunciar isso e para alertar os americanos a olharem de perto o que está acontecendo no Brasil e também por que é necessário sancionar Alexandre de Moraes, com sanções OFAC, para que esse complexo industrial de censura seja interrompido", acrescentou.

Nas redes sociais, Eduardo publicou fotos do ato na Paulista. Ele destacou cartazes que pediam para o governo de Donald Trump aplicar a Lei Magnitsky contra Moraes.

Brazilians did go to the streets yesterday ask @realDonaldTrump and @SecRubio to sanction justice Alexandre de Moraes. Rally was called by President @jairbolsonaro.


Essa legislação impede estrangeiros de ir aos Estados Unidos ou fazer operações financeiras no país. A sanção é aplicada a pessoas que cometeram violações aos direitos humanos, ou grave corrupção.

O secretário de Estado de Trump, Marco Rubio, admitiu que o magistrado brasileiro poderia ser enquadrado na penalidade em audiência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes, em 4 de junho.

Conflitos de agenda

Com menos aliados políticos e menor mobilização popular, agendas internacionais conflitaram com o ato de Jair Bolsonaro.

O deputado Filipe Barros (PL-PR), que foi a São Paulo para o ato bolsonarista de abril, desta vez preferiu marcar presença no CPAC Latino, em Miami.

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), que também esteve na Paulista em abril, foi ao Fórum de Lisboa, organizado pelo ministro do STF, Gilmar Mendes, em Portugal, que também acabou tirando aliados do evento de Bolsonaro na Paulista.

Segundo um aliado que estava no ato, a baixa mobilização de líderes foi um dos motivos que contribuíram para a menor adesão do público. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), por exemplo, ficou em Belo Horizonte para ser padrinho de casamento de um amigo.

Fonte: Agora Notícias Brasil