Fazenda Carnaúba, em Taperoá, suspende venda de palma após fiscalização e critica burocracia: “Trava o desenvolvimento”
A Fazenda Carnaúba, localizada no município de Taperoá, no Cariri paraibano, suspendeu a venda de mudas de palma forrageira após fiscalização do Ministério da Agricultura e Agropecuária (MAPA). Em comunicado publicado nas redes sociais, nesta quarta-feira (10), a organização da Fazenda Carnaúba reclamou do que chama de excesso de burocracia e disse que essas taxas, regulações e impostos travam o desenvolvimento.
“Hoje amanhecemos com um fiscal do Ministério da Agricultura no pátio da Carnaúba. Ele veio investigar uma denúncia do próprio MAPA se estávamos comercializando mudas de palma forrageira resistente a cochonilha do carmim. Sim, estávamos, informamos prontamente. Porém, segundo o fiscal, é necessário cumprir uma série de licenças, taxas, contratarmos um engenheiro, etc.”, informou a Fazenda.
“Dessa maneira, estamos suspendendo a comercialização de mudas de palma. Tentaremos nos adequar à legislação que, neste momento, desconhecemos. Vamos avaliar o custo deste processo todo”, informou a empresa.
Ainda no comunicado, a Fazenda Carnaúba lembrou que “a batalha do queijo artesanal ainda não foi vencida, nisso já se vão quase 20 anos, agora aparece mais essa.” E questionou: “é de se pensar: até onde esses excessos de regulações, taxas e impostos de fato são benéficos? As margens da pecuária vão suportar até quando tudo isso? Estamos cada dia mais ocupados com advogados, fiscais, contadores, taxas, regulamentações.”
A Fazenda Carnaúba diz não estar sugerindo desobediência, mas argumenta que há um “excesso de burocracia” sob o rótulo da segurança alimentar e sanitária e que isso “não trará nem segurança e nem desenvolvimento, trará atraso”.
“Não estamos sugerindo desobediência, ao contrário, estamos chamando atenção para excesso de burocracia, nesse caso específico da comercialização de palma forrageira, é uma prática comum no Nordeste seco, milhares de produtores, grandes e pequenos, há quase 100 anos compram e vendem palma, avaliem cada um destes obrigados a contratar um profissional formado para ter a liberdade de poder vender sua palma. Estrangular a comercialização seja de queijo, de palma, o que for, sob o rótulo da segurança alimentar ou sanitária não trará nem segurança e nem desenvolvimento, trará atraso”, alegou a empresa.
“Somos parceiros de várias instituições municipais, estaduais e federais, inclusive o próprio MAPA, através da EMBRAPA, com quem tivemos vários trabalhos. Nossa fala não é contra nenhuma instituição, ao contrário, elas são fundamentais no desenvolvimento do país. Nossa crítica é contra processos que foram criados travando o desenvolvimento da região, contra isso gritaremos sempre”, acrescentou.
