Suas unhas contam muito sobre você. Não é só esmalte, base ou alongamento, é lâmina ungueal, a parte dura feita de queratina que pode dar pistas sobre nutriçãohormônios e até doenças sistêmicas. Percebeu mudanças bruscas de cor, formato ou textura? É sinal para observar e, se persistir, procurar um dermatologista.

Antes de tudo: quando é preocupação, quando é rotina

  • Variações passageiras após batidas, químicas ou esmaltação prolongada costumam melhorar com o tempo.
  • Alertas reais: alterações novas, assimétricas, que não somem (ou pioram) ao longo de semanas.
  • Regra de ouro: mudou MUITO e sem explicação? Marque consulta. Exames simples (hemograma, ferritina, função tireoidiana) ajudam a desvendar a causa.

8 sinais nas unhas que você não deve ignorar

1) Unhas esbranquiçadas ou muito pálidas

Podem apontar anemia por falta de ferro (às vezes com formato em “colher”, mais côncavo), micosespsoríase e até quadros sistêmicos (como insuficiência cardíaca ou infecção). Já as mechas brancas difusas (leuconíquia) costumam ser inofensivas e ligadas a microtraumas.

2) Unhas amareladas

Podem vir do envelhecimento natural, de fungos (onicomicoses) ou de condições como psoríase e doença renal. Em fumantes, a nicotina costuma pigmentar sobretudo polegar e indicador.

3) Pontinhos/furinhos na superfície

Esses pequenos crateres são típicos de psoríase e dermatite atópica. Quando muito regulares, levantam suspeita de alopecia areata (condição autoimune ligada à queda de cabelo). Casos raros podem se associar a ISTs, como sífilis.

4) Unhas azuladas

Mais raro, mas pode acontecer com o uso de medicações (como alguns antimaláricos e remédios para acne). O médico avalia risco/benefício e, se preciso, ajusta o tratamento.

5) Micoses que “vão e voltam”

Infecções por fungos são teimosas, especialmente nos pés. Tratamentos costumam durar 3 a 4 meses nas mãos e até 6 meses nos pés. Interromper cedo é convite para a recidiva. Dica prática: seque bem entre os dedos, troque meias diariamente e evite calçados quentes e apertados.

6) Linhas nas unhas

As linhas de Beau (sulcos horizontais) podem surgir após febre alta, quimioterapia ou traumas. Linhas escuras em um único dedo, que não eram sua pigmentação habitual, exigem atenção: podem sinalizar melanoma. Avaliação médica é fundamental.

7) Unhas quebradiças, que lascam fácil

Frequentemente ligadas a ressecamento por químicos (detergentes, removedores, acetona) e à falta de hidratação das mãos. Dietas pobres em proteínasbiotina (B7) e vitaminas do complexo B também pesam. Vegetarianos/veganos devem monitorar vitamina B12 com seu médico.

8) Vermelhidão e “meia-lua” avermelhada

O avermelhado em meia-lua pode aparecer em doenças reumatológicas, como lúpus e artrite reumatoide. Já a pele vermelha e dolorida ao redor da unha costuma ser paroníquia (infecção por fungos/bactérias), muitas vezes após tirar demais a cutícula, que é proteção, não inimiga.

Hábitos que detonam suas unhas e como consertar

  • Remover cutícula toda semana: abre porta para infecções. Prefira hidratar e só aparar excessos.
  • Alongamentos e gel com remoção agressiva: podem afinar a lâmina e causar dor. Dê intervalos e faça manutenção com profissionais treinados.
  • Água + detergente sem proteção: resseca e quebra. Use luvas para faxina e louça.
  • Roer unhas: além de ferir, aumenta risco de infecção. Experimente barreiras comportamentais (bases amargas) e, se preciso, busque apoio para ansiedade.

Quando procurar o dermatologista

  • Faixa escura nova em um único dedo, alargando ou alterando a cutícula.
  • Dor, inchaço, pus ao redor da unha.
  • Descolamento repentino e sem trauma.
  • Alterações simétricas e persistentes em várias unhas, acompanhadas de cansaço, queda de cabelo, perda de peso ou febre.

Nem toda mudança vem de doença. Sapatos apertados e bico fino podem deixar o dedo do pé mais grosso e amarelado; esmaltes escuros usados direto pigmentam a lâmina; quem pratica natação em piscina quente e vestiários úmidos precisa redobrar a secagem para fugir de fungos. O segredo? Consistência no cuidado e atenção aos sinais.


Via: Fatos Desconhecidos